segunda-feira, 21 de março de 2011

Montanhas frias...

Cáucaso


Eu perdi o centro das emoções
E o meu coração enfim encontrou serenidade
Enquanto vocês trancam minhas artérias
Meu corpo reage a falsa confiança
Hoje deleito-me em meu celibato

Enquanto as luzes cortam as amarras da escuridão
Eu me preservo por entre suas vielas e corredores
Me negue água, pão e me dê café frio
Mas não conte aos outros que me viu sofrer

Mas não me faça me perder por entre seu molho de chaves
Por entre seus belos sapatos
Por entre seu corpo suturado
Como um pinguim rejeitado

Sempre que posso eu visito seus olhos
Sorrio em suas mentiras
Eu não tenho medo de gritar e perder, sonhar e esquecer
Você é mais sombria do que velhas morsas
Você é mais querida por entre os homens
Bendito fruto entre as moreias
Dentro do seu ventre reside maldade

E insisto em dizer que as luzes cortam as amarras da escuridão
E você nem se importou
E nas horas mais soturnas encontro cigarros apagados
Que ousaram ferir minha pele
Como água raz, como o líquido dos céus
Eu me coloco em situações desastrosas todo tempo
Sem medo de dar errado
É o medo que me faz negar meus amigos
É o medo de realmente ter perdido você

E não pense que irá sentir meu sufrágio por entre seus falhos dentes
Você irá amargar, você irá transpirar
Seu suor não irá te curar
Não irá te abrigar
Do eterno retorno

Lindas mentiras
Lindas flores
Que cortam seu coração
Lindas paisagens
Lindas cinzas
Que residem em seu coração

Você perpetuou o seu santo sepúlcro no Cáucaso
Meu jazigo perpétuo não é mais do lado do seu
E meus pálidos e grávidos olhos
O sol irá permanecer

E por todos os animais mortos
E por todas as santas meninas
E por todas as fábulas e floreios dos poetas
Eu juro que não consigo suportar

Suas pequenas mentiras
Suas linguagens mortas
Seus belos pés
Irão apodrecer...

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